Bea Duarte na Backstage Digital | Ed. 13

Conhecida por usar suas composições para cantar injustiças, denúncias e reflexões sociais, a cantora, compositora e multi-instrumentista Bea Duarte, que reúne quase 2 milhões de seguidores em suas redes sociais, apresenta “Vibes”, já disponível em todos os aplicativos de música. 

À primeira vista, a canção pode surpreender pela temática mais solar e romântica, mas assim como suas nuances em relação aos estilos escolhidos para a canção, a temática da canção também marca a assinatura de Bea Duarte, quando reflete sobre as aparências, carregando “verdades difíceis de se ouvir”, na descrição da própria artista.

Em entrevista exclusiva à BACKSTAGE, a artista conta mais sobre as inspirações e temáticas deste novo single, que faz parte de seu primeiro álbum de carreira. Confira:

Em “Vibes”, você aborda a questão das aparências e as verdades difíceis de se ouvir. O que te motivou a explorar essa temática e como você a relaciona com suas experiências pessoais?

Bea Duarte – Essa música é uma das que resumem bem a história que vai ser contada no álbum que eu estou montando, é muito sobre imagens, mascaras que vestimos, personagens que são arquétipos. “Vibes” é uma forma divertida de ver tudo isso, como um “eita, eu caí em um papo furado e estou vendo que ainda tem gente caindo no mesmo papo”. É uma forma de “rir de si mesma” e dessas situações em que a gente percebe que estava enganada.

A música começou com um verso mais positivo, mas evoluiu para algo mais autêntico. Pode nos contar sobre esse processo de descoberta e como você chegou à essência da canção?

Bea Duarte – A música começou como algo animado realmente, eu sempre tento escrever uma música por dia, de gêneros e temas diferentes pra exercitar a criatividade (e quem sabe compor pra outros artistas um dia), mas assim que eu fiz a introdução, naturalmente ela tomou um rumo diferente, acho que eu precisava muito contar essa “fofoca” de como eu já fui inocente.

Sua música transita entre MPB, pop rock e ritmos latinos. Como você faz para equilibrar essas influências diferentes em suas composições e o que cada estilo representa para você?

Bea Duarte – Essa música especificamente é uma viagem. Eu prometo que as próximas serão mais coesas musicalmente, mas também é uma das músicas mais divertidas justamente por essa liberdade de passear pra absolutamente qualquer lugar que de vontade. O equilíbrio, na verdade, vem mais da surpresa. Eu gosto de trabalhar com o contraste das coisas, ajuda a evidenciar cada parte, é algo que eu aprendi quando eu estudava o circo e teatro, e esse álbum tem muita referência a esse universo. 

A personagem “Bruxa” – que é apresentada nessa música – parece ter um papel importante na narrativa do seu primeiro álbum. O que você espera que os ouvintes sintam ao conhecer essa personagem e sua história?

Bea Duarte – Se for ser sincera, eu acho que muita gente pode não gostar dela. Não porque ela é ruim, mas porque ela é algo que existe dentro de todo mundo e a maioria das pessoas reprime em si e julga no outro. Ela é a algo que eu já venho trabalhando desde o EP “Mulheres que correm”, mas que só tomou forma quando eu percebi o quanto as pessoas não estão prontas pra olhar pra própria sombra. Ao mesmo tempo, a Bruxa pode trazer conforto e cura pra muita gente que está nessa jornada de autoconhecimento.

Uma das suas inspirações para o clipe foi “Alice no País das Maravilhas”. Como essas referências visuais se conectam com a mensagem da música e o que podemos esperar desse audiovisual?

Bea Duarte – Alice é uma referência gigantesca na minha vida inteira, sempre foi algo que me inspira. Ela se conecta muito com “Vibes” porque a Alice sonha com o país das maravilhas, mas passa a maior parte do tempo assustada, perdida e chorando uma vez que ela entra de fato nesse mundo.

Com quase 2 milhões de seguidores nas redes sociais, como você vê a relação com seus fãs? De que maneira eles influenciam seu trabalho e suas escolhas artísticas?

Bea Duarte – É uma relação que me inspira diariamente. Eu gosto de fazer arte da forma mais orgânica possível. Pra mim, o artista é uma “antena da sociedade”. Toda vez que eu coloco algo novo no mundo, a reação das pessoas acaba me contando muito mais sobre e me dando novas ideias pro próximo passo, a próxima história a ser contada. A música que eu faço está em constante transformação a partir de um diálogo com os “dartes”.

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