Sylvia Süssekind na Backstage Digital | Ed. 45

Com uma carreira multifacetada que transita entre o jornalismo, o marketing, a música e a cultura, Sylvia Süssekind é uma das figuras mais influentes da cena artística e comunicacional da América Latina. Há mais de 15 anos, ela vem construindo uma trajetória sólida, marcada por inovação, sensibilidade estratégica e um olhar aguçado para tendências e comportamento. De gravadoras a plataformas digitais, passando por agências, redações e projetos culturais, Sylvia se tornou referência entre artistas, marcas e veículos de mídia.

Fundadora de iniciativas como a Collapse Agency e a Electric Funeral Records, Sylvia também lidera a KIND Comunicação, agência voltada para artistas do Norte e Nordeste do país – regiões que ela defende com entusiasmo e visão crítica, buscando descentralizar a indústria musical e ampliar a representatividade. Seu trabalho já impulsionou milhares de artistas, do underground ao mainstream, da Amazônia ao mundo.

Além de atuar como estrategista e articuladora cultural, Sylvia é uma influenciadora que compartilha insights sobre música, comportamento, cultura pop, lifestyle e beleza, conectando diferentes públicos por meio de conteúdos relevantes e autênticos. Como jornalista, assina colunas em veículos do Brasil, Chile e Itália, e já colaborou com publicações de renome como Vogue UK, FHM e Dazed Magazine.

Nesta entrevista, conheça mais sobre sua trajetória inspiradora, os desafios da indústria criativa no Brasil e como ela tem ajudado a moldar o futuro da música independente na América Latina.

Com mais de 15 anos de atuação, você tem uma trajetória consolidada na comunicação, música e cultura. O que a atraiu inicialmente para essa área e como ela se tornou o centro da sua atuação profissional?

Sempre fui apaixonada desde pequena pelo Campos das artes e da comunicação, acho que foi um caminho natural pra mim. Comecei muito cedo já produzindo rolês underground com 15 anos, e com 18 já estava fazendo produção de ensaios fotográficos pra fora do Brasil, e trabalhando com Tv também. Pra mim estar rodeada de arte, música e moda sempre foi algo que sonhei desde pequena.

Você atendeu mais de 2.000 artistas de diversos gêneros. Qual o maior desafio e a maior recompensa em trabalhar com uma gama tão variada de talentos, do forró ao metal, da Amazônia ao mainstream?

O maior desafio é lidar com músicos que não sabem se posicionar no mercado e que não tem como investir na própria carreira, pois a indústria da música é cruel e oprimi que não apresenta um produto de qualidade…então às vezes ver a frustração dos músicos e a insatisfação deles com o mercado é doloroso demais. O maior prazer é poder ajudar a música vencer. E conseguir ajudar o sonho de um artista de viver de arte e ver sua música na boca do povo. Essa sensação é única. 

Sua abordagem é reconhecida por unir “linguagem pop, olhar apurado e conteúdo profundo”. Como você equilibra esses elementos para criar estratégias eficazes e impactantes para os artistas?

Eu gosto muito de estudar o artista que vem trabalhar comigo, pois cada artista é um universo único e seu público também. Pra ter resultado é preciso estudo de público e o que o artista almeja de carreira…aliando isso tudo com uma equipe solida, investimento e amor à arte o lance voa. 

Como fundadora da Collapse Agency, Electric Funeral Records e KIND Comunicação, você tem um papel ativo na criação de novas iniciativas. O que te motiva a empreender e inovar dentro do ecossistema musical?

O que me motiva é poder ajudar a dar voz a tantos talentos. O maior prazer que tenho é poder ver o músico lançando sua música e alcançando seus objetivos. Pode estar do lado deles nessa caminhada é maravilhoso. 

O sucesso estrondoso de Manu Bahtidão, com bilhões de streams e visualizações, é um marco. Qual foi a chave para impulsionar o tecnomelody a esse nível, e quais lições você tirou dessa experiência?

Foi amor ao projeto e muita dedicação. Claro que a voz dela é incomparável e isso aliado a uma super estratégia de marketing levou a música pros 4 cantos desse mundo. 

Foi um dos projetos mais incríveis de se trabalhar, até na time square levamos o Tecnomelody. A maior lição de vida que tiro é que quando se trabalha com o que ama tudo flui ao redor. 

Você se tornou uma criadora de conteúdo com milhões de contas alcançadas. Como você constrói e nutre essa comunidade nas redes sociais, e qual a importância da autenticidade ao abordar temas como música, comportamento, família e lifestyle?

Até hoje me espanto do povo curtir meus conteúdo kkk…mas o lance é ser verdadeiro e criar uma comunidade de amigos virtuais. Preso muito por influencers e comunicadores que sejam verdadeiros e não fúteis, pois, acredito que chegamos a um ponto de saturação na web. Eu crio conteúdos que eu tbm gostaria de ver, que façam o público pensar e sentir…nada de coisas vazias e conteúdos plastificados. 

Você tem experiência em cenários internacionais de moda e publicidade, e trabalhou com veículos como Vogue UK e Sony UK. Como essa vivência fora do Brasil influenciou sua visão e abordagem no mercado musical brasileiro?

Eu amei trabalhar com moda e com produção de moda, acho que o fato de ter me relacionado com diversas pessoas nesse mundo me fez abrir a mente pra diversidade de cultura que temos nesse mundo cosmopolita. Você acaba trazendo essa bagagem não só pra música mas como pra vida. 

Considerando sua vasta experiência em distribuição digital (ONERPM, Brisamusic), quais são as principais tendências e desafios que você vê para o futuro da música no ambiente digital?

O grande desafio hoje é o algoritmo que pode te levantar ou te derrubar. A maior problematica que temos hoje na música e a disputa por top 200 no Spotify com essa onda de ser o maio no digital. Essa narrativa acaba deixando muitos artistas mal e impondo práticas não muito boas no mercado. A grande tendência são comunidades. Crie sua comunidade nas redes sociais porque dessa forma você vai conseguir levar o público a te ouvir. 

Olhando para sua trajetória, o que você considera o seu maior legado ou o impacto mais significativo que você deseja deixar na indústria musical e cultural?

Com certeza foi a parte da cultura noturna na cena rock e metal nacional. Peguei uma época em que fazia shows que não existia mulheres na cena do rio fazendo…era eu e mais um bando de homem. Vejo minha história na cena musical no Rio hoje em dia como um marco e também vejo como eu era solitária ali navegando na maioria das vezes como a única mulher articuladora em diversos ambientes. 

Para jovens profissionais que sonham em atuar no mercado da música e na criação de conteúdo, qual conselho essencial você daria?

Pra música é estudar o mercado e entender a era do digital. Na criação de conteúdo e constância e ser autêntico e verdadeiro sempre.

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