Daniella Lemos na Backstage Digital | Ed. 21

O QUE SEPARA OS VISIONÁRIOS COMUNS DOS MULTIVISIONÁRIOS?

Nos últimos séculos, o mundo foi moldado por grandes visionários. Steve Jobs redefiniu a relação do ser humano com a tecnologia. Elon Musk abriu novas fronteiras para o futuro da humanidade. Walt Disney transformou o entretenimento em um império global de narrativas. Leonardo da Vinci, muito antes de todos eles, já provava que um grande pensador não deveria se limitar a uma única área.

Mas, em um mundo acelerado, onde a informação se multiplica exponencialmente e as profissões do futuro são criadas antes mesmo de existirem, surge um novo tipo de líder: o multivisionário.

Os multivisionários são aqueles que não apenas enxergam tendências, mas as antecipam e criam realidades inéditas. Eles não se contentam em dominar um único campo. Eles conectam áreas distintas, quebram paradigmas e constroem mercados inteiros.

Para compreender melhor esse fenômeno e sua relevância na sociedade contemporânea, convidamos para esta entrevista uma profissional que se destaca nessa nova era.

O DNA DE UM MULTIVISIONÁRIO

A maioria das carreiras segue um caminho previsível: escolha um curso, forme-se, especialize-se e, se possível, inove dentro do seu setor. Mas existem aqueles que constroem suas próprias profissões – arquitetam um mercado antes mesmo que ele exista.

Nossa entrevistada é um exemplo disso. Antes mesmo de entrar na faculdade de Educação Física e Esportes, já estava mergulhada no mundo da Programação Neurolinguística. Enquanto outros adolescentes buscavam um diploma convencional, ela já queria treinar mentes, desbloquear potenciais, entender a essência do desenvolvimento humano.

E não ficou apenas na teoria. Ela experimentou, criou, testou, falhou, reinventou-se. E isso desde muito cedo.

Criou projetos como a Cia Feliz Cidadania, que unia cultura, educação e cidadania, promovendo um novo olhar para o aprendizado através do teatro e da arte. Desenvolveu o Personal Kids, um serviço inovador para desenvolver insights estratégicos em crianças. Criou o PVR (Psicomotor Vivencial Relacional), aos 26 anos, um método que incorporava psicomotricidade ao treinamento humano e formou centenas de coaches e líderes.

Ela não se limitava. Cada projeto era um laboratório vivo, uma experimentação daquilo que seria o futuro da educação, do entretenimento e dos negócios.

A ARTE DE INVENTAR UMA CARREIRA

Se existe algo que define os multivisionários, é sua capacidade de inventar realidades antes que o mundo perceba que precisa delas.

Foi exatamente isso que nossa entrevistada fez ao criar sua carreira. O conceito de Construção de Players simplesmente não existia antes dela. O que ela fez não foi apenas ensinar pessoas a se destacarem. Ela arquitetou o processo completo para tornar alguém impossível de ser ignorado.

Ela desenvolveu metodologias que ensinam sobre presença antes mesmo desse conceito se tornar um ativo disputado no mercado. Criou identidades e linguagens estratégicas para grandes nomes. Transformou pessoas em marcas, e marcas em ecossistemas.

Essa visão pioneira levou a feitos como o primeiro infoproduto da América Latina, o Broadway, ao lado de grandes nomes como Cris Arcangeli, Antônia Fontenelle e Pablo Marçal. Criou um programa de TV que quebrou recordes de audiência no SBT ( TV Ponta Negra) e conquistou a vice-liderança.

Ela não apenas viu a tendência da educação e do entretenimento se fundindo – ela criou isso antes de se tornar uma realidade massificada.

O IMPÉRIO DA PRESENÇA: A NOVA FRONTEIRA DO PODER

Em um mundo onde a atenção é a moeda mais valiosa, quem controla a presença controla tudo.

Isso explica o surgimento de um mercado bilionário focado em presença, projeção e influência estratégica.

Pesquisas apontam que 80% das decisões de compra são emocionais e baseadas em percepção de autoridade. O consumo de conteúdo aumentou 215% nos últimos anos, tornando a capacidade de se destacar ainda mais crucial. Empresas que dominam a narrativa de presença crescem até 10 vezes mais rápido do que as que apenas vendem produtos ou serviços.

E nossa entrevistada mais uma vez está na dianteira desse movimento.

Atualmente, ela está nos bastidores de uma startup revolucionária no mercado da presença. A empresa começou a rodar, mas ela escolheu não aparecer ainda. Os verdadeiros estrategistas sabem quando é hora de estar no palco – e quando é hora de operar nos bastidores.

Confira uma entrevista completa:

Em um mundo saturado de informações, como você enxerga a diferença entre quem apenas ocupa espaço e quem realmente tem presença?

A presença não está no volume de conteúdo produzido, no número de postagens ou na quantidade de seguidores. Está na capacidade de gerar um impacto real, de construir um posicionamento sólido, de ser inconfundível. Ter presença é ser impossível de ser ignorado. O problema é que muitas pessoas confundem visibilidade com relevância. Nem todo mundo que aparece está sendo visto.

Você criou um mercado importante – a “construção de players” ou “ personal kids” quando jovem, isso a fez criar títulos para novas profissões, como foi perceber que esse era um espaço que ninguém tinha explorado?

Quando eu percebi que estava criando algo que não existia, a sensação era paradoxal. De um lado, havia o entusiasmo de saber que eu estava abrindo um caminho novo, e do outro, a consciência de que não havia referências, nem um mapa a seguir. Eu não podia simplesmente olhar para o lado e ver alguém fazendo o que eu fazia.

Desde muito nova, eu entendi que minha mente funcionava de um jeito diferente. Eu não só identificava problemas, mas criava soluções que ainda não existiam. No Personal Kids, por exemplo, eu já estava inventando um título profissional que não existia no mercado: alguém que desenvolvia habilidades estratégicas em crianças de forma personalizada. Era um conceito que hoje seria facilmente aceito, mas na época, era disruptivo.

Mais tarde, com a Construção de Players, eu senti algo parecido. Eu estava dando um nome a algo que as pessoas já precisavam, mas ainda não sabiam que precisavam. Eu não me encaixava em uma profissão existente, então precisei nomear aquilo que eu fazia e transformar isso em um campo profissional. Criar a própria carreira é um jogo de resistência. No começo, ninguém entende. Você precisa bancar a ideia, validar na prática e sustentar sua visão até que o mercado enxergue o que você já sabia o tempo todo.

Hoje, olhando para trás, vejo que criar uma carreira não é apenas sobre inovar, mas sobre sustentar a inovação até que ela se torne uma referência. No início, parece que você está falando sozinho, depois, quando o mercado começa a replicar o que você criou, percebe que estava, na verdade, criando um novo território. E eu sempre soube que o meu papel era esse: abrir novas arenas, não jogar nos campos já existentes.

Como aconteceu de virar “ construtora de players”?

Foi algo natural. Sempre enxerguei as pessoas como marcas, como narrativas em movimento. Percebi que muitos tinham talento, conhecimento e potencial, mas não sabiam como transformar isso em um posicionamento estratégico. O mercado de branding sempre focou em empresas, mas e as pessoas? Quem ensina alguém a ser um ícone? Quem estrutura o posicionamento de um ser humano para que ele se torne um nome impossível de ser ignorado?

O que é mais difícil: construir um império próprio ou construir impérios dentro de outras pessoas?

Construir impérios dentro de pessoas. Porque não basta estruturar um modelo, um método, uma estratégia. Você precisa alinhar mentalidade, comportamento, presença. Precisa transformar alguém por completo.

O conceito de multivisão ainda é pouco compreendido. Como você explicaria a importância de conectar áreas tão distintas como negócios, entretenimento e educação?

O mundo não está dividido em caixas. Ele se move em camadas que se sobrepõem. Quem enxerga apenas um setor está fadado a operar dentro dos limites que ele impõe. Os multivisionários conseguem conectar pontos que, à primeira vista, parecem não ter relação. Mas é nessa conexão que as grandes revoluções acontecem.

Você está envolvida em uma startup inovadora que atua no mercado da presença. Sem dar detalhes, qual a maior revolução que você enxerga nesse setor?

O mundo está caminhando para um cenário onde o diferencial competitivo não será mais técnico, mas humano. Inteligência artificial pode criar conteúdo, pode responder perguntas, pode executar tarefas, mas ela não tem presença. E o que vem aí será um divisor de águas para quem entender isso.

O FUTURO PERTENCE AOS MULTIVISIONÁRIOS

Os grandes arquitetos do mundo nunca foram aqueles que seguiram os mapas existentes, mas aqueles que desenharam novos caminhos.

Quem serão os próximos multivisionários?

E, mais importante ainda: você está pronto para ser um deles?

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