Quem já ouviu o Deusnir Souza tocar em alguma banda ou nos vídeos em que publica nas redes sociais sabe que ele não está para brincadeira. Estreitando laços com grandes músicos e comandando as teclas – seja como músico principal ou substituto- em bandas de artistas como Paula Lima, Tássia Reis, Luedji Luna e Gloria Groove. Com muita sofisticação, o tecladista prepara o lançamento do seu álbum de estreia e apresenta o último single com a parceria da cantora e compositora, Tássia Reis. Na levada deliciosa, “Além de Dez” estará disponível a partir do dia 26 nas plataformas digitais.
A faixa fecha a sequência de singles que antecipam o lançamento, sendo o terceiro depois de “Cartagena”, com participação de Cleverson Silva e Michael Pipoquinha, e “Requinte”, com Rodrigo Magalhães e Renato Galvão.
Deusnir Souza, de onde vem a sua musicalidade? Tem alguma relação com a inspiração por trás do seu nome?
Na verdade, o meu nome tem uma história sim: a minha mãe cresceu sem ter um pai presente, mas ela tinha um tio que se chamava Deusnir, que virou uma figura paterna para ela, pelo carinho e atenção que dava. E aconteceu que um mês antes de eu nascer, ele veio a falecer. Eu ia me chamar Leonardo até então, só que depois que ele faleceu, minha mãe quis dar essa homenagem a ele. Então, o meu nome não tem a ver com a minha musicalidade, por não ser um nome artístico, é o meu nome de verdade haha apesar de todo mundo concordar que combina comigo! E em relação à musicalidade, a gente vem trabalhando há muitos anos, a música é infinita, né? Está sempre evoluindo. Mas, as minhas principais influências são de art Tatum, Oscar Peterson, Cory Henry! Uma curiosidade, é que no novo single “Além de Dez” o piano do começo é um “stride”, ritmo que ficou muito popular pelo Oscar Peterson.
Como muitos músicos, você começou a tocar ainda muito jovem. Em que momento percebeu que o teclado seria a sua grande paixão?
Olha, a minha paixão pela música sempre foi algo muito evidente na minha vida, porque dos dois lados da minha família tem músicos. Minha mãe era capoeirista, tocava berimbau, pandeiro, e meu pai tocava violão clássico. Então, em casa a gente sempre tinha uns instrumentos. Meu primeiro instrumento foi o violão, comecei a tocar com 11 anos, e aí com uns 13 para 14 eu quis aprender a guitarra, eu pedi para o meu irmão me colocar num curso de guitarra, só que aí ele falou que já tinha muito guitarrista na igreja, e me colocou no de teclado. Já na primeira aula eu comecei a me apaixonar pelo instrumento, e até hoje minha guitarra tá lá parada, nunca mais peguei na guitarra, porque o teclado e o piano foi por quem eu tive uma maior conexão musical.
Vimos que você tem uma foto com o Stevie Wonder! Como aconteceu esse encontro tão memorável?
Essa história do Stevie Wonder é uma história engraçada, porque é muito emblemático! Eu estava na NAMM, que é uma convenção de músicos que tem na Califórnia, e ele sempre está andando por lá, só que é muito difícil tirar foto com ele, porque sempre está rodeado de seguranças. E aí, eu estava tirando foto na frente de um estande, já no final da feira, até ver uma movimentação de pessoas, e era ele! Eu saí andando tão convicto que os seguranças não me viram passar, e eu já cheguei encostando no Stevie Wonder, peguei no ombro dele e falei: “Hey, Stevie”, só que os seguranças me barraram para não encostar nele e eu fiquei insistindo até lembrar de jogar um lado mais sentimental: que ele era a minha maior referência e eu tinha vindo do Brasil só para ver ele haha foi quando o segurança deixou, a foto aconteceu e a partir do momento que eu tirei a foto com ele, mano, eu já comecei a chorar muito. Já liguei pra minha namorada e pra minha mãe. E foi um momento que me deu um choque na cabeça. Eu não consegui acreditar que aquilo tinha acontecido. Hoje a foto está em um quadro na sala da minha casa! haha

A viagem para os EUA, durante o evento de música NAMM Show, foi o que despertou a vontade de lançar um álbum? O que aconteceu lá que te deu esse start?
A viagem para os Estados Unidos na NAMM foi algo que me impulsionou. Eu sempre tive vontade de fazer meu projeto solo, meu projeto instrumental, meu projeto autoral, só vendo tantas referências ao mesmo tempo, fazendo o seu trabalho, chegar nas grandes feiras, chegar a grandes festivais, como na NAMM, me fez ter a vontade de lançar o meu projeto. Lá eu tive conversas com grandes músicos, um cara que me ajudou bastante também, me deu muito conselho, foi o Cleverson Silva, ele é um grande baterista e gravou na minha música “Cartagena”. Isso tudo me impulsionou a criar o meu álbum, então eu saí dos Estados Unidos, voltei para o Brasil com a intenção de criar a minha parada autoral, e estamos aí, já com o terceiro single.
Você já lançou dois singles, “Requinte” e “Cartagena”, e agora chega com o terceiro, “Além de Dez”, que ainda conta com a participação da Tássia Reis. Essa é a primeira faixa com letra, além do instrumental. Mas todas as três músicas têm sua assinatura no teclado, na produção e na composição, mesmo com outros instrumentos envolvidos. Como é o seu processo de composição?
O meu processo de composição vem muito do feeling, sabe? Às vezes eu sento no instrumento, começo a tocar e a ideia vem, eu já gravo e vou criando em torno daquilo. Foi assim que eu fiz os singles “Requinte” e “Cartagena”. Mas, “Além de Dez”, foi diferente. Eu faço teclado na Tássia Reis, e estávamos em turnê no Canadá, durante a passagem de som, eu comecei a tocar uma linha de jazz antigo, então ela veio para o meu lado e começou a cantarolar algumas coisas em cima. E toda a ideia foi surgindo, ela compôs a letra e eu fiz toda a parte harmônica. Mandei a ideia para o Davi Carvalho, que é um grande produtor, meu braço direito nas produções. E ele fez o beat de boom bap.
Podemos dizer que o seu trabalho e o da Tássia trazem uma mistura de estilos como jazz, hip hop, soul, entre outros. Como você enxerga essa fusão e como nasceu essa parceria?
Acredito que sim, a Tássia e eu temos muita conexão musical, a gente ouve praticamente quase as mesmas coisas, os mesmos sons, a gente gosta muito de hip hop, eu ouço hip hop a minha vida inteira, é algo que me influenciou a minha vida inteira. E também o jazz, como mais tarde eu vim tocar piano, eu acho que o jazz veio me influenciar muito com a questão do piano, então deu muito certo por causa dessa conexão. A gente pensa igual, a gente tem as mesmas brincadeiras na hora de criar os sons. E foi isso que fez a gente criar essa parceria e criar esse som que tá muito bom, no dia 26, lançamento do single, o couro vai comer! haha
E o álbum, já tem data de lançamento? O que o público pode esperar de Deusnir Souza?
Sim, o álbum é a minha prioridade e será lançado em outubro. Também pretendo fazer um show de lançamento, além de continuar cuidando dos meus cursos “Harmonia de Gigante” e “Teclado Impro”.
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