Após estrear o álbum “ELÔ nas plataformas digitais, a artista Kelly Lua se prepara para apresentar o projeto ao vivo pela primeira vez em São Paulo. O evento especial acontece no dia 19 de novembro, no Red Star Studio, em uma noite que marca não apenas o lançamento do show, mas também a força simbólica do Mês da Consciência Negra, contexto que atravessa a estética e a mensagem do trabalho.
Seu recente álbum, com produção de Dinho Souza (também produtor do renomado Rico Dalasam), reúne 10 faixas que exploram sonoridades afro-brasileiras e afro-diaspóricas em diálogo com referências contemporâneas. O resultado é uma estética singular guiada por ancestralidade, força criativa e uma visão afrofuturista que atravessa toda a obra.
As letras de “ELÔ, que agora ganham sua primeira versão ao vivo no show, carregam potência espiritual, política e emocional. Kelly aborda temas como antirracismo, autoestima, amor próprio, liberdade e a importância do cuidado, especialmente da criança, do sagrado e das raízes que nos constituem. A obra transita entre grito, cura e abraço, compondo um universo que se completa em si mesmo.
Para Kelly, essa estreia vai muito além de um show. “Ele não é só um show, ele é um espetáculo, porque eu trabalho muito com o que é ritualístico. Como venho do teatro, ele também tem essa linguagem. Mas, desta vez, é um show de música com DJ e voz, e teremos dois convidados especiais”, conta.
Os preparativos, segundo a artista, revelam camadas estéticas e simbólicas do projeto. “Nesse show eu trabalho também a imagem, porque o estilo que trabalho é o afrofuturismo, uma grande pesquisa feita desde a música negra e a diáspora, das africanidades na música brasileira. A minha música tem um estilo próprio”, explica a cantora.
A artista também destaca que o cenário e o visual carregam elementos essenciais de sua ancestralidade. “Estou buscando elementos que tenham muito a ver com o que vem antes da gente. Por isso trabalho essa questão dos fios, do tecer, do crochê, dessa sabedoria que as nossas ancestrais passaram. E no visual, o cabelo faz parte do cenário, faz parte de ser uma mulher negra. Todas as mulheres negras têm uma relação muito especial com o cabelo. Quem é pessoa negra entenderá de outra forma, mas é para todo mundo”.
O significado do álbum também ganha destaque na fala da artista: “Para mim, esse álbum é um lugar onde eu abro o meu coração. Como multiartista, são muitos anos de trabalho até conseguir realizar esse sonho. Quem trabalha com música vai entender o quanto é difícil garantir qualidade. Para uma mulher negra, periférica, isso é ainda mais desafiador. Então este álbum é muito forte para mim. Consegui chegar até aqui, e cheguei do jeitinho que eu queria, com a qualidade que eu queria.”
O show de lançamento, que será gravado ao vivo, promete levar essa experiência ao palco em uma apresentação imersiva e representativa. A noite contará também com participação de DJ Obá e convidados, reforçando a dimensão coletiva e celebratória do projeto.
Sobre a expectativa, Kelly conta: “Eu quero que minha arte chegue no coração das pessoas. Sei que esses atravessamentos, muitos deles, são coletivos. Em algum momento, por identidade étnica, de gênero ou pelo que seja, isso chega. Minha expectativa é que as pessoas se sintam abraçadas, que saiam dali questionando algumas coisas, desfrutem, celebrem. Acho que celebrar é muito importante, se amar é muito importante, se amar de verdade.”
Serviço:
Show de lançamento: Kelly Lua – Elã
Data: 19 de novembro de 2025
Horário: 20h às 22h30
Local: Red Star Studio — Rua Teodoro Sampaio, 512, Pinheiros – São Paulo, SP
Ingressos: Ingressos aqui
Sobre a artista:
Formada em teatro, dança e música no Brasil e na Espanha, Kelly Lua construiu uma carreira múltipla e internacional ao longo de 20 anos vivendo em Barcelona, período após o qual retornou recentemente ao Brasil. No audiovisual, ganhou destaque no filme Elisa y Marcela (Netflix), dirigido por Isabel Coixet, para o qual também compôs uma das peças musicais. Atuou ainda na série Foodie Love (HBO) e trabalhou como orientadora em produções como Vida Perfeita e o longa Requisitos para ser uma persona normal.
Co-fundadora do coletivo Tinta Negra e da companhia No Somos Whoopi Goldberg, Kelly se apresentou em diversos países e é reconhecida por sua atuação como diretora, cantora, compositora e artista performática. Entre suas obras mais marcantes estão os monólogos Meu Sonho Era Escrever, Escrevi, em que interpreta Carolina Maria de Jesus, e Yo Mujer Negra, recital de canções e poesias autorais que aborda a experiência de ser mulher negra na sociedade.
Na música, lançou os singles Vida Negra e Sapato, que compõem o EP Vida Negra. Seu mais novo trabalho, o álbum ELÃ, produzido por Dinho Souza e composto por 10 faixas, já está disponível nas plataformas digitais e marca uma nova fase de expansão artística em sua trajetória.


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