Rinas Francisco na Backstage Digital | Ed. 12

A Marã Música tem o prazer de anunciar o lançamento do mais novo single do cantor e compositor Rinas Francisco, “Positivo e Operante”, que chega às plataformas digitais no dia 20 de setembro. O artista estampa a nova edição da Backstage Digital.

Esta nova faixa é uma potente reflexão sobre o cenário atual e os desafios pessoais enfrentados pelo artista. A sonoridade do single reflete uma abordagem direta e sem rodeios, afastando-se da subjetividade que marcou trabalhos anteriores de Rinas.

Confira uma entrevista exclusiva com o artista sobre este novo trabalho:

“Positivo e Operante” parece refletir uma fase desafiadora da sua vida. Como você conseguiu transformar essas experiências difíceis em uma canção tão poderosa e positiva?

Eu sempre achei que a poesia tem um poder de transformação muito grande. Desde criança, eu sempre conversei muito mais com os papéis do que com as pessoas. E isso me ajudou a observar, a me pôr em palavras, em versos, a me descobrir em lirismos. Com “Positivo e Operante” não foi diferente – neste ano perdi o emprego, fui assaltado várias vezes seguidas, perdi minha banda, os amigos e Silvio Santos … E quando tudo parecia estar no fim da linha, eu compus essa canção. 

Mas não acho que minha nova música tenha um papel de transformação, na verdade, meu objetivo é a provocação. Eu até tentei seguir com sorrisos, selfies e celulares de última geração – mas não me vi feliz. Será mesmo que está tudo maravilhoso assim? Será tudo tão democrático e normal? Na real, acho que o sentido da minha arte é esse: colocar no papel tudo aquilo que gostaria de dizer e não disse, mas canto! 

Você mencionou que a sonoridade do seu novo single se afasta da subjetividade de trabalhos anteriores. O que te levou a essa mudança de abordagem e como você descreveria essa nova sonoridade?

Comecei como cantor em 2018 e, desde então, tenho sido confrontado pelas ditaduras culturais. Ser independente tem seus desafios, especialmente em um cenário onde o que importa é o tamanho e o preço da caixa de som, enquanto eu estou aqui só no gogó. Mas isso não é uma lamentação, muito pelo contrário. É exatamente em situações como essa, com regras impostas, que precisamos “atualizar o sistema” e mostrar que não existe uma verdade absoluta sob o sol. Afinal, tá todo mundo feliz aqui na Terra?

Acredito que há um sentimento geral, inclusive entre os artistas, de que uma atualização é necessária. E essa mudança se faz urgente, diante do crescimento dos mecanismos digitais e da desvalorização dos artistas e compositores. Sendo independente, minha proposta se confunde – quem pode me parar? 

Agora, em uma nova fase, venho com um POP/Rock pilantra. Letras que permitem a reflexão, e sempre com espaço para o sorriso. Quero falar com quem me entende – a arte hoje em dia está na bolha. 

A colaboração com André Fortunato foi uma parte importante do processo de criação. Como essa parceria influenciou a produção do seu novo single e o que você aprendeu com essa experiência?

André é um parceiro sensível e talentoso. Quando fui o vencedor do prêmio de melhor performance no Festival de Música de Poá 2023 – ele fez o convite de gravarmos juntos. Porém, nesse início de ano eu não estava com perspectivas de continuar trabalhando na arte: para um artista se manter hoje em dia, ele tem que deixar de ser artista. 

Mas as composições novas vieram e com elas, as inspirações e as criações de um novo projeto. Assim, compus “Canções de Ninar o Fim do Mundo” – meu próximo álbum. Não consegui ficar parado e mandei uma mensagem para o André, que após ouvir “Positivo e Operante”, nem precisou escutar as outras canções do repertório e já começamos a gravar. 

Aprendi e venho aprendendo muito com todos os artistas e profissionais que estão em minha volta. Cada pessoa que se envolve no “Canções de Ninar o Fim do Mundo”, eu tenho total admiração pela obra. Estou na arte não por opção, mas porque sou. 

Você tem um clipe planejado para “Positivo e Operante”. Pode nos contar um pouco sobre o conceito e a inspiração por trás da produção desse vídeo, especialmente a escolha do local em Biritiba-Mirim?

Quando pensei na ideia do clipe de “Positivo e Operante” eu já sabia que queria algo que envolvesse cidade, trem, pessoas, trabalho, desmatamento, pagamento por aproximação e harmonização facial. Só não sabia como juntar tudo isso em um vídeo. Assim, comecei a trabalhar no conceito do “chroma key”.

Falei com Janderson Santos, diretor de filmes e que já fizemos alguns trabalhos anteriores, e que me apresentou Tony Ciambra – um grande diretor e personagem da Boca do Lixo. Tony trabalhou com grandes figuras como Zé do Caixão, Mazzaropi e agora, Rinas Francisco (Coitado). 

Para isso fomos até Biritiba-Mirim, na casa do Tony, para gravarmos os vídeos. O clipe está divertidíssimo, e claro, com um tom social muito forte.   

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