Màia Hazel lança clipe de “B*tch please”, em Nova York

A artista brasileira Màia Hazel, radicada em Nova York, lança hoje o videoclipe de “BTCH PLEASE”*, obra que transcende os limites da música para se firmar como um manifesto visual provocador, político e esteticamente arrebatador.

Gravado nas ruas de Manhattan sob a simbólica Lua Rosa, o clipe percorre cenários icônicos — da Quinta Avenida à Times Square — e culmina com Màia performando sobre o leão da Biblioteca Pública de NY, símbolo de sabedoria e resistência. O momento é carregado de simbolismo: uma crítica satírica à nossa era distópica marcada pela vigilância, hiperestetização da repressão e presença dominante da inteligência artificial.

Com direção de Fabio Iadeluca e direção artística assinada pela própria Màia, o projeto teve investimento de mais de 100 mil dólares e conta com fotografia de um profissional que já trabalhou com nomes como Tim Burton, Lady Gaga, Al Pacino, Barack Obama e Beyoncé.

Sete visuais criados por Màia compõem a narrativa, cada um representando alter egos que revelam fases e feridas da artista. Em um dos trechos mais simbólicos, uma versão “Barbie” da artista é presa — uma metáfora bem-humorada e afiada sobre o encarceramento simbólico de corpos dissidentes. Moda e militância se misturam com precisão cirúrgica.

Cartazes com frases como “Travesti não é bagunça”, “Save Trans Kids”, “Protect the Dolls” e “Eu fui uma criança trans” reforçam a urgência política da obra sem abrir mão do apelo visual. Em referência direta ao clássico Subterranean Homesick Blues, de Bob Dylan, cada cartaz se transforma em um frame-manifesto embalado por batidas eletrônicas e alta costura.

“‘BTCH PLEASE’ é minha resposta à tentativa de apagamento das nossas existências. Essa obra não é só minha — é um grito coletivo. Estamos vivendo uma distopia, e cruzar os braços nunca foi uma opção*”, declara Màia.

O lançamento marca também o início da chamada “Golden Era” da artista: uma fase em que arte e política caminham lado a lado.

“A ‘Golden Era’ é um deboche necessário. O ouro aqui é a potência de ser quem se é, sem pedir licença”, resume Màia.

Com uma estética potente e discurso afiado, “BTCH PLEASE”* consolida Màia Hazel como uma das vozes mais provocativas da nova cena artística global — onde beleza e protesto não se excluem, mas se amplificam mutuamente.

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