Cantora e compositora, que desponta como uma nova voz da MPB rock fala sobre recente single “Pássaros”, que abre as portas do novo momento de carreira
Estampando a nova capa digital da Backstage Mag, a cantora e compositora Tuany, apaixonada por música desde a infância, nunca acreditou que algo fosse tão grande a ponto de não poder ser alcançado com esforço e dedicação. Não que isso nunca tenha passado por sua cabeça, mas talvez não o suficiente para o coração deixar de acreditar. Após mais de 10 anos trabalhando com música independente, a artista – como muitas outras no Brasil –, dedica-se e investe em sua carreira para conquistar o seu “lugar ao sol”, o espaço no cenário nacional para sua MPB rock repleta de profundidade.
Buscando alçar voos cada vez maiores e significativos, além de encontrar seu próprio “bando” para seguir e cantar na mesma direção, a cantora e compositora apresenta o novo single “Pássaros”, que reflete sobre este momento de carreira tão importante e maduro de Tuany.
Em entrevista exclusiva para a Backstage Mag, a artista explica sobre seu crescimento nas redes sociais e o contato com o público após o lançamento do último álbum “Metamorfose”, além de abordar a temática que permeia o recente lançamento:
“Pássaros” marca o início de uma nova fase na sua carreira. Que sentimentos você gostaria que essa música transmitisse para quem a escuta?
Sentimento de pertencimento. Pássaros é sobre isso, sobre buscar seu lugar sendo você mesmo, e encontrar o bando ao qual você pertence. E acho que no fim das contas, a gente busca isso sempre… o fazer parte de algo. Eu espero que Pássaros abrace esse sentimento e acolha a todos que buscam seu bando.
Após o álbum “Metamorfose”, o que mudou em você pessoal e artisticamente, que se reflete em “Pássaros”?
Com certeza estou mais madura. Passei, por muito tempo, pelo processo ”dentro do casulo”, de refletir, evoluir e buscar em mim mesma as forças para ser quem eu quero ser. Agora, em Pássaros, essa maturidade vem muito nítida e orgânica, como se eu estivesse observando a “antiga” Tuany de cima e conseguindo entender melhor os sentimentos, atitudes e comportamentos, tanto pessoais quanto musicais.
Como foi o processo de produzir o clipe de “Pássaros” com recursos simples e a escolha de usar tsurus como símbolo?
Por mais que os recursos sejam limitados, eu sempre acho muito prazeroso produzir os clipes dessa forma porque eu consigo fazer parte de tudo e escolher tudo exatamente da forma como imaginei, e também acabo explorando muito minha criatividade pra chegar o mais próximo possível dos resultados que eu quero com os poucos recursos que tenho em mãos. Então, é um processo de aprendizagem muito grande também. A escolha dos tsurus foi na verdade uma sugestão do Marcos Bohrer, diretor artístico com quem trabalho, como uma forma meiga e palpável de trazer os pássaros para o audiovisual.
Você destaca a mistura de MPB e rock no seu trabalho atual. Como encontrou esse equilíbrio entre dois estilos tão marcantes?
Foi um processo de 5 anos pesquisando, estudando e experimentando nas composições e arranjos até encontrar o meio termo entre os dois estilos, e entender que eram esses os dois estilos, rs. O rock sempre se fez presente na minha carreira, e eu comecei nele, tocando em festivais da cena underground da cena paulista, já a MPB começou a se apresentar mais pra mim quando entrei no conservatório para estudar piano popular.
A interação com seus fãs inspirou a criação de “Pássaros”. De que forma o contato com o público influencia seu processo criativo?
“Pássaros” surgiu através de um “desafio a composição”, onde o público me sugere temas e eu componho sobre eles. Esse tipo de interação acrescenta em diversas formas: no meu estudo de composição, já que tenho que escrever sobre um tema pré estabelecido, e na conexão fã/artista, que gera uma troca muito gostosa, já que o público faz parte do processo e, consequentemente, da artista Tuany.
Sendo uma artista independente, quais foram os maiores desafios que você enfrentou até consolidar sua identidade musical?
Pensando na identidade sonora, definitivamente a pressão de fazer coisas mais “vendáveis”. Acho que demorei tanto pra me descobrir sonoramente porque eu sempre buscava fazer algo que se encaixava no “hype” do momento, com um pensamento de que aquilo seria comerciável. Mas, aos poucos, entendi que na verdade é o oposto. As pessoas escutam o que é autêntico e verdadeiro, e foi a partir daí que comecei a entender minha sonoridade sem medo de ser feliz. Mas, pensando num parâmetro geral, definitivamente o maior desafio é o financeiro. Eu arco com tudo sozinha no projeto, e isso muitas vezes acarreta no que será feito e na forma que será feita. Já deixei de investir mais em muitos aspectos por falta de verba. Mas acho que o ponto positivo disso é que eu acabo compensando no trabalho manual, que faz com que eu aprenda muitas coisas novas e dê o sangue pra fazer acontecer dentro dos parâmetros doo possível.

Quais aprendizados de sua trajetória independente você gostaria de compartilhar com novos artistas que também estão buscando seu espaço?
Seja você mesmo e estude muito. Eduque-se sobre seu instrumento, sobre canto, composição e principalmente sobre o mercado musical. A educação é a arma mais forte e que ninguém vai te tirar, ela vai fazer com que você dependa de você mesmo e faça seu projeto rodar independente de qualquer instituição. Seja você mesmo porque as pessoas buscam autenticidade e verdade. Por mais que pareça que seu som seja muito “louco” ou alternativo, sempre terão pessoas da sua tribo que vão ouvir e valorizar o que você faz, desde que seja verdadeiro.
O que o público pode esperar dos próximos passos dessa nova fase? Já existem outras músicas ou projetos em vista?
Com certeza uma Tuany mais madura e assertiva, que conhece seu som, sua imagem e já saiu do casulo com muitas reflexões e coisas para falar. “Pássaros” abre alas para uma sequência de três singles, que serão lançados ao longo de 2025 e preparam o lançamento do meu segundo álbum.
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